segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A reporter loira e o suposto estuprador!


   Vim com a intenção de mostrar um video bem divulgado na internet sobre uma jornalista loira da Band e um suposto negro estuprador. Porém, o video foi retirado do youtube pela Band, afirmando direitos autorais, para esconder o jornalismo barato e preconceituoso exibido. O único video que encontrei sobre esse fato ocultado foi uma paródia, que mostra poucas cena da entrevista. 

   "Na reportagem exibida no dia 10 de maio, a repórter entrevista um jovem negro, preso por acusação de assalto e estupro. Apesar de assumir o assalto, o rapaz afirma que não ouve estupro é acusado pela jornalista de querer estuprar a vítima. "Não estuprou, mas queria estuprar", afirmou Mirella durante entrevista.
    O rapaz se colocou à disposição da polícia para provar sua inocência e chegou a dizer que realizaria um exame de "próstata", em vez de corpo de delito. Ao pronunciar a palavra "próstata" de forma incorreta, a repórter ri da situação e pede por diversas vezes que ele repita a palavra.
    Mirella ainda questiona ironicamente se o acusado gostava e se já teria feito o tal exame. "Você gosta? Já fez? Você sabe aonde fica a próstata?", questiona ao entrevistado.
   Em nota, a Band afirmou que vai "tomar todas as medidas disciplinares necessárias. A postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora"."

  É Impressionante a postura e a conduta da repórter! Ela viola os princípios da profissão e os direitos básicos de todo ser humano. Transforma em humor barato um fato extremamente sério! Uma aula de péssimo jornalismo e um exemplo de como na nossa sociedade se associa diretamente  a figura do criminoso quem tem escolaridade baixa, é negro e pobre!!

Reportagem do Globo sobre o vídeo: 
"O vídeo que segue do Brasil Urgente, da Band, da Bahia, é um exemplo de jornalismo pra lá de esgoto.
Uma repórter loirinha, com rabinho de cavalo à la Feiticeria, coloca um jovem negro, com hematoma aparente de uma agressão recente, numa situação absolutamente constrangedora. Julga-o antes da Justiça, humilha-o por conta de sua ignorância em relação aos seus direitos e ao procedimento a se realizar num exame de corpo delito e acha isso tudo muito engraçado.
Trata-se de uma caso que exige uma ação urgente por parte da sociedade civil.
É preciso que se mova uma ação contra a concessionária pública que dá voz a uma repórter irresponsável como essa. Isso mesmo, irresponsável. Estou à disposição da Justiça para me defender em relação ao termo utilizado. A propósito, a concessionária é a Band.
É preciso que entidades de Direitos Humanos e da questão negra também se posicionem. 
Também é urgente que entidades como o Sindicato dos Jornalistas da Bahia a Fenaj reajam a essa barbaridade.
Atualizando 1 (00:30 da terça-feira): O nome da repórter é Mirella Cunha, como já registrado em muitos comentários. O apresentador do programa para o qual ela trabalha é Uziel Bueno. Mas, em última medida, a Band é a responsável final por essa bárbarie jornalística.
Atualizando 2 (15:00 da terça-feira): De acordo com a reportagem do Portal Imprensa, a Band afirmou em nota que vai “tomar todas as medidas disciplinares necessárias. A postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora”.
Quanto ao fato de eu ter registrado o loirismo da repórter e a negritude do acusado, pareceu-me importante lembrar que somos um país com enormes desigualdades sociais e raciais. E que o fato de esse garoto ser preto e pobre é o que permite tal atendando aos seus direitos mais elementares. Dúvido que um loiro rico seria tratado dessa mesma forma pela “corajosa” jornalista." 
-Rebecca Dalfior Signorelli-

Um comentário:

  1. E é impressionante também como depois do ocorrido eles conseguem apagar tudo, sumir com os vídeos, e provavelmente no mês seguinte todos já se esqueceram...
    Kim

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