terça-feira, 19 de julho de 2016

Violência contra a mulher


Segundo a Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão "baseada no gênero" que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, no âmbito da unidade doméstica, da família ou em qualquer relação íntima de afeto (art. 5º e incs.). Diante do exposto podemos pensar a morte de mais uma mulher por um ex-marido como um crime de gênero. Digo mais uma, pois é tão corriqueiro homens cometerem violências de todos os tipos contra mulheres simplesmente pelo fato delas serem mulheres, tornando assim por vezes meras estatísticas.

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/07/mulher-e-morta-por-ex-marido-apos-discussao-por-pensao-de-filho-em-sp.html

quarta-feira, 13 de julho de 2016

A situação da polícia no RJ

Ao pensar em todos os atingidos pela situação de violência/crime em nosso Estado é possível estender o olhar crítico da Criminologia para situações de embate entre polícia e "bandido", o que deixa rastros e atinge não só aos envolvidos diretamente, mas a sociedade como um todo, Esta vivencia a dualidade construída historicamente e reflete em seus discursos e debate. Segue uma notícia a respeito da situação da polícia militar do Rio de Janeiro onde podemos perceber esse oposição das duas frentes pelo olhar de alguém que perdeu um ente querido nessa realidade. http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/07/viuva-de-pm-diz-que-policia-do-rj-trabalha-com-sucata-e-esta-vulneravel.html

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Gestantes em Situação de Rua e Rede Viva

Durante o II Seminário de Maternidade e Uso de Drogas - Discutindo Alternativas de Cuidados nas Redes de Atendimento, que ocorreu no dia 8 de julho na OAB - Rio, os presentes tiveram a possibilidade de conhecer sobre um grupo que busca discutir as gestantes que se encontram em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro.

Eula Mirtes, coordenadora do Serviço Social da Maternidade Maria Amélia,  afirmou que muitas pacientes chegavam da Maternidade  e não se tinha muitas informações sobre a mesma, o que causava grande angústia e dificuldades de desenvolver um trabalho. Com a criação do grupo, tem-se a oportunidade de saber por onde o paciente passou, quais foram os atendimentos que a mesma recebeu e os encaminhamentos.

O grupo, que trabalha em articulação, se chama Rede Viva e acredita que a adesão de instituições nesse grupo facilidade no acompanhamento das pacientes que são atendidas, pois se consegue construir um histórico em cima das informações que são recebidas e compartilhadas na Rede.

Fazem parte do grupo a Maternidade Maria Amélia, Consultório da Rua - Centro, Hospital dos Servidores, CREAS, Pop Rua, Ministério Público pela Política Nacional de Humanização, Defensoria Pública, entre outros.

Evento na OAB


O Seminário sobre População em Situação de Rua: Preconceitos, Cuidados e Direitos, ocorrerá na OAB/RJ no dia 14/07 das 9 às 17 horas.
O Evento tem apoio do CRESS-RJ, CRP-RJ, OAB, Comissão Especial do PSR da Câmara Municipal do RJ, MP/CAO Cidadania, Defensoria Pública, UFRJ/NEPP-DH.

domingo, 3 de julho de 2016

Morte entre nós

Houve um assassinato em nossa universidade no último sábado, com fortes indícios de crime de ódio. Diego, estudante de arquitetura e urbanismo, foi encontrado morto na ilha do Fundão sem as calças e com marcas de espancamento. Diego era negro, gay, nascido no norte do país e morador do alojamento estudantil. Poderia ser eu, poderia ser muitos de nós! Até quando teremos que nos deparar com notícias como esta?

Segue matéria sobre o caso:

"Aluno da UFRJ é encontrado morto dentro do campus do Fundão, Rio"



sábado, 2 de julho de 2016

Vulnerabilidade dos corpos femininos

 Jovem é encontrada morta com dez tiros nas partes intimas, dez, mas ainda sim o sub-título da notícia ressalta que não foram encontrados sinais de violência sexual. Dez tiros na vagina não são considerados violência sexual. Essa notícia ( http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/fotos/gravida-de-15-anos-e-assassinada-com-mais-de-10-tiros-nas-partes-intimas-29062016#!/foto/1 ) divulga o caso de uma jovem que foi brutalmente assassinada, teve seu corpo violado, e ainda sim o que é produzido a partir dessa notícia, desconexa e menos que medíocre, é a ideia de que esse corpo não foi violado: "Segundo a DHBF (Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense), o corpo não tinha indício de violência sexual ou hematomas de agressões anteriores aos tiros". Sua roupa intacta é ressaltada como se isso preservasse de alguma forma esse corpo, como se o crime fosse menos brutal. Essa foi uma chamada das muitas que eu encontro no meu feed todos os dias de crimes que violam o corpo da mulher, que violentam, que são cometidos por atuais ou ex companheiros, reproduzindo a noção de que esse corpo tem um dono, e de que ele é passivo a punições. Notícias que diminuem a moral dessas mulheres, seja pelos espaços que elas frequentam, roupas que elas usam, pessoas com quem se envolvem, gosto musical ou uso de drogas, mas o fazem como que para colocar nessa mulher a culpa por esse ato, por ter se colocado disponível demais a espaços e escolhas que não deveriam ser dela. Duvidamos das mulheres e procuramos desculpas para os homens, até mesmo no restante das legendas dessa notícia, o autor estabeleceu uma disputa entre os supostos homens envolvidos na vida dela como mais ou menos passíveis de cometer esse crime, um ex namorado militar, de quem ela estaria grávida, com quem ela teve um relacionamento inconstante, e um traficante com quem ela supostamente se envolveu no passado e que saiu da prisão recentemente. Fica claro  na descrição do indivíduos quem tem o perfil entendido como mais ou menos passível de cometer tal crime.
É importante lembrar que as impressões que produzimos sobre as mulheres na nossa sociedade não estão fora do sistema judiciário. Os sujeitos que produzimos na nossa sociedade que entendem as mulheres como propriedade, com corpos passíveis de punição, como culpadas e duvidosas são os mesmos sujeitos que estão dentro dos nossos sistemas, e são reforçados por essa sociedade patriarcal e misógina, mantendo e legitimando um sistema de opressões cruel e estrutural. O que, ironicamente, é exatamente o que pode ser visto na segunda notícia que meu feed me mostrou hoje http://extra.globo.com/casos-de-policia/sargento-do-exercito-que-agrediu-esposa-recebe-apoio-de-amigos-familiares-so-voces-sabem-que-aconteceu-19615580.html