Com este blog, nosso objetivo é contemplar discussões realizadas na disciplina Criminologia (Instituto de Psicologia / Universidade Federal do Rio de Janeiro). Trata-se de um espaço de construção coletiva que visa contribuir para a formação dos participantes e demais interessados.
domingo, 8 de dezembro de 2013
Sobre nossas discussões acerca da produção de medo...
Esta reportagem expressa bem o poder dos recursos midiáticos sobre a produção de medo, pois ressaltam notícias que perturbam a "normalidade", o que contribui para o pânico moral instaurado e acaba por legitimar ainda mais toda a lógica de controle social em que vivemos. .
Acho que essa discussão pode ser abordada em duas esferas - que não necessariamente se excluem: a das causas distantes e a das causas próximas, bem como as medidas corretivas para cada um dos casos. Explico a seguir:
Parte da atividade dos marginais (aqui somente no sentido daqueles que estão à margem) - tiroteios, roubos etc - é produzida dentro de uma conjuntura que foi o próprio modelo de Estado e de inclusão das pessoas neste, quem criou. Portanto, agora os braços estatais, como a polícia, tentam reprimir aquilo que eles mesmos, em certa medida, produziram.
Medidas à longo prazo são essenciais quando se quer ter mudanças profundas em qualquer área. Maquiagens e medidas corretivas paliativas não cumprem esse papel. E bem sabemos que o Brasil se enquadra bem nesse modelo a não ser seguido.
A segunda esfera pode ser falada justamente no que tange aos elementos mais imediatos do cenário - a criminalidade e as atitudes tomadas frente a isso. Não podemos simplesmente negar a realidade de violência que o Rio (por exemplo) vive, seja esta causada pelo contexto histórico que for. Mesmo que medidas profundas de longo prazo e reforma social começassem a ser tomadas AGORA, não veríamos as consequências benéficas disso imediatamente. Portanto, mesmo nesse contexto utópico ainda assim precisaríamos de algo que nos protegesse da criminalidade.
Esta reportagem expressa bem o poder dos recursos midiáticos sobre a produção de medo, pois ressaltam notícias que perturbam a "normalidade", o que contribui para o pânico moral instaurado e acaba por legitimar ainda mais toda a lógica de controle social em que vivemos.
ResponderExcluir.
Acho que essa discussão pode ser abordada em duas esferas - que não necessariamente se excluem: a das causas distantes e a das causas próximas, bem como as medidas corretivas para cada um dos casos. Explico a seguir:
ResponderExcluirParte da atividade dos marginais (aqui somente no sentido daqueles que estão à margem) - tiroteios, roubos etc - é produzida dentro de uma conjuntura que foi o próprio modelo de Estado e de inclusão das pessoas neste, quem criou. Portanto, agora os braços estatais, como a polícia, tentam reprimir aquilo que eles mesmos, em certa medida, produziram.
Medidas à longo prazo são essenciais quando se quer ter mudanças profundas em qualquer área. Maquiagens e medidas corretivas paliativas não cumprem esse papel. E bem sabemos que o Brasil se enquadra bem nesse modelo a não ser seguido.
A segunda esfera pode ser falada justamente no que tange aos elementos mais imediatos do cenário - a criminalidade e as atitudes tomadas frente a isso. Não podemos simplesmente negar a realidade de violência que o Rio (por exemplo) vive, seja esta causada pelo contexto histórico que for. Mesmo que medidas profundas de longo prazo e reforma social começassem a ser tomadas AGORA, não veríamos as consequências benéficas disso imediatamente. Portanto, mesmo nesse contexto utópico ainda assim precisaríamos de algo que nos protegesse da criminalidade.