segunda-feira, 9 de julho de 2018

Entrevista de uma pessoa que já foi presa.

Pessoal, eu fiz essa entrevista com uma pessoa que já ficou presa. Como eu não consegui inserir diretamente o vídeo aqui, pois ficou muito grande, eu coloquei ele no Youtube.
Minha intenção era passar no dia que eu apresentei o Seminário sobre "Crime Organizado", baseado no livro de Carlos Amorim "Comando Vermelho: a história secreta do crime organizado".

Mas enfim, consegui fazer com que vocês tivessem a oportunidade de assistir. Acredito que será muito importante para acrescentar em tudo que tivemos na disciplina.

Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=aBt1hBNxXzw&t=5s

sexta-feira, 22 de junho de 2018

A vida imitando a arte ou a arte imitando a vida?

   Ao ler o livro "Sangue Azul - Morte e Corrupção na PM do Rio", que é uma autobiografia de um personagem -Rubens-, inspirado em um policial militar da vida real, se lê diversas situações que ocorrem no dia a dia de um policial do Rio de Janeiro. Neste caso, o policial deu entrada na corporação com o desejo de ser honesto, mas ao longo do livro acabou se vendo obrigado a fazer parte dos diversos esquemas de corrupção, que estavam por todos os lados.
   Nas últimas semanas me deparei com uma reportagem nas manchetes dos jornais que me chamou muito a atenção, pois foi impossível não fazer ligação desta notícia com um caso que foi contado no livro: a venda de armas e munição de policiais para traficantes. O conteúdo da reportagem era sobre um assalto que ocorreu no Nordeste no país, algo que seria corriqueiro se não fosse por um detalhe: as munições utilizadas nesse crime foram as mesmas utilizadas na execução da vereadora Marielle Franco em março de 2018 no Rio de Janeiro e também em uma guerra de facções de traficantes em São Gonçalo - RJ (exatamente como no livro), e pertenciam a um lote destinado para a Polícia Federal de Brasília. Isso nos leva a muitas questões: como os traficantes conseguem algo que deveria estar sob controle da Polícia? Como as munições conseguem ultrapassar a fiscalização e circularem livremente pelo país? Será que as cenas descritas no livro continuam ocorrendo dentro da corporação? E quantos Rubens - pessoas que se tornam policiais para fazerem a defesa da população de forma limpa e honesta, e acabam se decepcionando e mudando sua forma de agir devido ao ambiente de trabalho em que se encontram- devem existir por aí?
    Notícias e artigos sobre o assunto podem ser vistos abaixo*:

https://www.cartacapital.com.br/sociedade/maioria-das-armas-dos-traficantes-vem-de-dentro-do-pais
https://www.marcoaureliodeca.com.br/2013/03/09/armas-da-policia-nas-maos-de-bandidos/
https://extra.globo.com/casos-de-policia/lote-de-municao-que-matou-marielle-foi-usado-pelo-trafico-em-sao-goncalo-22499615.html
https://odia.ig.com.br/_conteudo/rio-de-janeiro/2017-05-05/fuzil-de-elite-da-policia-do-rio-esta-na-lista-de-apreensoes-na-cidade-alta.html



* Infelizmente não consegui encontrar o link da notícia sobre o assalto

Rafaela do Nascimento Silva

segunda-feira, 18 de junho de 2018

OMS retira a transexualidade da lista de doenças mentais

Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de considerar a transexualidade como um transtorno mental e reconheceu o vício em videogames como um distúrbio de comportamento, segundo a nova edição da Classificação Internacional de Doenças (CID), publicada nesta segunda-feira. A última revisão desta norma havia sido feita 28 anos atrás. Durante a última década, especialistas analisaram as informações científicas mais recentes para criar um novo padrão que pudesse ser usado por profissionais da saúde do mundo inteiro. Cada país, no entanto, precisa se adaptar à nova CID, com prazo até 1º. de janeiro de 2022.


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/18/internacional/1529346704_000097.html

domingo, 17 de junho de 2018

Justiça obriga usuária de drogas a fazer laqueadura.


  Dentro de uma sociedade que preza por concepções sadias de conduta, nada mais adequado e simbólico que restringirmos uma pessoa à sua liberdade plena diante de sua situação puerperal, ironia a parte, dentro dessa matéria podemos notar o quanto as tomadas de decisões jurídica, no Brasil, são efetivadas por contextos de extremas condutas discriminatórias. Na situação exibida, somos apresentados à história de vida de uma usuária de drogas, que dentro de sua situação de extrema vulnerabilidade social é obrigada pela justiça a fazer uma cirurgia de laqueadura, a qual impede a mesma de conceber e exercer o sua direito de ser mãe. Sabemos que sua situação necessita de analise, visto que não seria "adequado" uma criança nascer dentro de condições de extrema pobreza mas a decisão tomada é de imenso equívoco e violência e nos faz ponderar sobre os limites éticos os quais as deliberações jurídicas no Brasil devem respeitar. 

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Expressão na Avenida Brasil

Sextas-feiras.

Vou para as atividades do projeto de extensão que participo para discutir escolhas com juventudes criminalizadas - no meu caso, um grupo de uma ONG na Nova Holanda, favela da Maré, localizada à altura da passarela 9 da Avenida Brasil.
O caminho de ida e volta é repleto delas, características de uma das maiores vias da cidade, nas quais mensagens estão sendo expostas incisivamente. Moro na altura da de número 3, por enquanto inócua.

Na ida, o protesto na 7: "VIDAS FAVELADAS IMPORTAM", junto de um desenho de traços simples - porém imediatamente reconhecíveis - de Marielle Franco.

Na volta, as causas ou as consequências de tal manifestação (estou quase certo de que não importa essa distinção, já que tudo diz respeito a algo muito mais estruturante que causal):
Passarela 8: "O QUE FAZER SE A PF PRENDE E O STF SOLTA?"
Passarela 4: "FORÇAS ARMADAS, SOCORRAM O BRASIL!"

Desço no ponto seguinte e só consigo me perguntar de quem, pra que e por quê... [e sentir vontade de subir nas passarelas e arrancar as duas últimas, é claro].

Racismo nos Jogos Jurídicos 2018


Tendo-se em vista o acontecimento que ocorreu durante os Jogos Jurídicos de 2018 que ocorreram no início deste mês, junho, em Petrópolis, em que um aluno, estudante da Universidade Católica de Petrópolis, foi atingido por uma casca de banana arremessada pela torcida da PUC após seu time vencer, cartazes que denunciavam o racismo foram espalhados no Centro Acadêmico da universidade pelos alunos da PUC- Rio. Entretanto, eles foram arrancados por outros alunos da própria instituição, o que acabou motivando um novo protesto contra o racismo pelos alunos.Vale lembrar que o arremesso da casca de banana em direção ao aluno em questão não foi o único episódio racista vivido durante os jogos, mas, de acordo com alunos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, estudantes da PUC também foram vistos fazendo barulhos e gestos com a finalidade de imitar um macaco para a torcida da UERJ. Os fatos resultaram na perda do título de campeã dos jogos deste ano, e também na proibição da participação da Atlética da universidade no próximo ano. De maneira geral, o caso nos faz pensar e lembrar de algumas discussões feitas em sala, dentre elas o quão vivo e mortificante o racismo ainda se faz na nossa sociedade e também no fato de isso não somente ter ocorrido em uma universidade de renome, mas também entre alunos do curso de Direito. Alunos estes que, após formados, irão se tornar advogados, juízes, desembargadores responsáveis por tomar decisões que, dependendo delas quais forem, irão ou não perpetuar aquilo que lutamos historicamente fortemente para mudar.

Mais sobre o caso pode ser visto em:
  • https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/equipe-da-puc-e-punida-apos-denuncias-de-racismo-em-jogos-juridicos.ghtml
  • https://www.causaoperaria.org.br/alunos-da-puc-rio-fazem-novo-protesto-contra-o-racismo/